Oswaldo de Andrade

domingo, 31 de outubro de 2010


Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)
Inigualável!!!!!!! Leio sempre!

Clarice Lispector


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."


Manuel Bandeira


"...o sol tão claro lá fora,
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo."
Exímio... E ponto.

Erico Veríssimo


“Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra
mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.” 
(O escritor diante do espelho)

(Olhai os lírios do campo... Leio e releio muitas vezes... Primoroso!).

"Hoje compreendo...Parte de mim é o Tempo"

MEU TEMPO É VOCÊ

ou parte de mim é tudo e você


Me desfaço
Me desmancho
Te espero
Assim como nasço.

Sou feito de luz
Te invado
Enquanto dorme
Enquanto escreve.

Onde foi mesmo que nos perdemos
Uma noite
Um tormento?
Hoje compreendo
Parte de mim

É o tempo.

Flávio Mello

Rubem Fonseca


"Neste momento estou desenvolvendo o começo da história que iniciei com o título que lhe deu o sopro inicial de vida. No quiosque de livros da praça li um poema no qual o autor (roubei dele o título da minha história) diz que o mundo é doloroso, os seres humanos não merecem existir e ele, poeta, suspeita que a crueldade da sua imaginação está de certa forma conectada com seus impulsos criativos. Matar a velha, não a crueldade, como disse o poeta, mas a força do meu ato e não apenas da minha imaginação foi a impulsão que fará de mim um verdadeiro escritor. Tenho, agora, o começo, tenho o meio e o fim." (Pequenas criaturas - "Começo")




Mário de Andrade


Eu sou um escritor difícil 
Que a muita gente enquisila, 
Porém essa culpa é fácil 
De se acabar de uma vez: 
E só tirar a cortina 
Que entra luz nesta escuridez.

(A Costela de Grão Cão)

João Cabral de Melo Neto


"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

(Morte e Vida Severina)
Agradeço,
O vídeo sobre literatura me apresentou algo fascinante: Morte e Vida Severina.

Graciliano Ramos


"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas
com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos
estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,
ainda nos podemos mexer."

Devia ter uns nove anos, mas lembro como se fosse hoje...
Minha irmã ordenava: Não mexe nos meus livros!
Em vão... Pois, li muitos e muitos rsrs... Um deles foi este: Vidas Secas.

Inesquecível!

Ferreira Gullar


Um instante


Aqui me tenho
Como não me conheço
            nem me quis

sem começo
nem fim

          aqui me tenho
          sem mim

nada lembro
nem sei

à luz presente
sou apenas um bicho
        transparente.


Me encantei com a forma que analisa/expõe as 'coisas'. Formidável!




Euclides da Cunha


Embora não me identifiquei muito... Encontrei aspectos importantíssimos com uma carga literaria histórica marcante. (Canudos).

Deve ser lido sim. 

Dalton Trevisan



"O que não me contam, eu escuto atrás das portas. O que não sei,
adivinho e, com sorte, você adivinha sempre o que,
cedo ou tarde, acaba acontecendo."

Muuuuuuuuuiiiitoooooo BOM!
Contagiante, comico e impressionante.
(ps.: novelas nada exemplares).

Cecília Meireles

sábado, 30 de outubro de 2010



Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles

Ahhhh... simplesmente, amo... 
Leiam!

Florbela Espanca


"E neste sonho eu já nem sei quem sou...
 O brando marulhar de um longo beijo
 Que não chegou a dar-se e que passou..."

"Apalpo cinzas porque tudo ardeu!"

"Luar! Lírio branco que se esfolha...
 Neve, que do céu anda perdida,
 Asas leves d'anjo, que pairando,
 Reza pela terra adormecida."

O livro está repleto de versos incríveis... como os mencionados. Foi uma excelente leitura!

E essa (minha) funesta ROTINA...

Desculpem,

Logo mais postarei alguns escritos e artigos... Também, colocarei o link de novos blogs.

[E a rotina faz-me assim:
Ando vivendo...
...sem vida dentro de mim.]