A vida é assim mesmo... Não há o que
fazer... Por que pensar tanto nisso se é o nosso destino. Acalme o teu coração,
conforte-se e entenda, temos que nos conformar com a morte e seguir adiante. É
assim que funciona.
Mas o sentimento é persistente em seu
infinito, se a saudade existe e sufoca, definitivamente há um motivo. Criamos
vínculos, amamos uns aos outros e nunca estaremos prontos para este tipo de
despedida.
Olha, a melhor maneira de lidar é
aceitando, guardando as boas lembranças e seguindo. Caso contrário, podemos
enlouquecer.
Sabe o que parece... Parece que filtramos
as dores inconsumíveis em fontes palpáveis apenas para sobreviver... Mas, e
sobre viver, o que realmente sabemos? Tudo que acontece é para refletirmos, só
que a reflexão sempre tão constante, nos põe à prova.
E isso é bom?
Não tenho dúvidas! Ninguém, em sã
consciência, quer o seu fim. E o que é a morte, senão a verdade da vida que não
queremos enxergar?
Eu não sei. Nossa... São tantas
ideias, tantos enredos físicos e espirituais complicados, sendo que o ato é
simples e exato. O que nos escondem os que “ensinam”? Será que está tudo muito
bem difundido justamente para nos privar do entendimento?
Você também quer a resposta, só não havia
percebido ainda... Então, observe profundamente... Observe devagar...
Observe com riqueza de detalhes e humildade o esplendor do mundo ao nosso
redor...
Espera... Isso é confuso... O
que o mundo revela?
Tudo. A vida não é uma
teia de verdades que cada um pode subentender... Mesmo diante de todas as
confusões e dos vários pensamentos que surgem por aí, ela é exata. Há uma
milimétrica, perfeita e inalcançável projeção em tudo o que nos cerca.
Não sei nem por onde começar a analisar...
Pense na vasta quantidade de animais e
plantas que habitam/habitaram nosso planeta, seus ciclos migratórios, seus
instintos... Simplesmente, não há falhas.
Tem razão... A não ser as falhas que desenvolvemos
com a destruição gananciosa que impulsionamos... Infelizmente.
Sim... E quanto
aos mares e oceanos e sua exímia profundidade influenciada pela lua? Eu disse
pela lua, um corpo celeste que orbita no espaço. Isso é extraordinário!
Formidável!
Pois bem... O espaço é complexo, facetado
e multiplicador. Quanto mais tentamos decifrá-lo, mais diminutos ficamos diante
de uma apavorante condição de infinito. E, falando um pouco mais sobre o que há
nele, não consigo nem mesmo estimar quanto tempo demoraria para lhe dizer sobre
a imensidão das galáxias, dos planetas e corpos celestes que foram descobertos
pela ciência...
Imagina os que ainda nem foram descobertos... Mas, não precisa ir tão longe... Basta olhar o
poder do sol!
Ah, sem dúvidas... O sol chega a ser
assustador de tão imponente em relação a nós... Contudo, paralelo ao universo, ele
não chega a ser um átomo do grão de areia do mar... Bom, dentre tantas coisas,
existimos também, graças a exatidão do seu sistema. Caso a terra retrocedesse
ou avançasse rumo ao sol em poucos centímetros, não haveria vida por excesso
de frio ou de calor. Os movimentos de rotação e translação atrelados a
inclinação de seu eixo, fornecem períodos regulares de luz, escuridão,
primavera, verão, outono e inverno. Tudo que aqui habita, habita porque as
condições vitais são exatas. Nem a mais ou a menos. Não existe a ideia de outra
possibilidade. A natureza tem uma projeção cíclica perfeita, as falhas são
detrimentos do que causamos.
Quem dera se ao menos uma vez
por dia refletíssemos na magnitude que existe a nossa volta... Aliás, quem
somos no meio dessa verdade?
Já parou para analisar o corpo
humano? Constituído por partes distintas que apresentam formas e funções muito
bem definidas e acima de tudo, integradas, o corpo é outra projeção perfeita e
síncrona que por diversos fatores como, doenças físicas, psicológicas,
acidentes ou o mero acaso, se definha e acaba.
E voltamos aqui para o início da
conversa... O momento em que tudo acaba para cada um de nós...
Sim... A partir do instante que nos
deparamos com este fato, uma série de hipóteses surgem sobre o único e
imponente desejo: viver. Há inúmeras
teorias sobre a vida e a morte, e o mais interessante é que todas as
possibilidades que criamos nos levam ao funil da exatidão. Lá está ela: certa,
precisa, pontual e perfeita.
Então, por que não enxergamos a verdade da
vida e sua exatidão? Por que não notamos que a morte é a maior prova de que a
vida tem um significado?
Egoístas,
acostumados, orgulhosos, mentirosos, gananciosos... O que for mais fácil, o que
for efêmero, o que for para ontem, o que for bom e disser a meu respeito será o
que eu quero... Soa familiar?
Na maior parte dos casos, das pessoas... Com
a cegueira da “rotina”, isso acontece até na minha mente.
Obcecados
pelo controle e pelo poder que não temos, tudo que fazemos, é como um esforço
para alcançar o vento... A resposta reside profundamente em nós, mas não
queremos ver. Quantas vezes durante uma viagem de ônibus, caminhando na rua,
indo ou voltando de algum lugar paramos para observar o que a natureza nos
revela? Quantas dessas vezes, paramos para pensar que as árvores não são postes,
os animais não são feitos de concreto, a luz do dia não é elétrica, o ar não é
condicionado, a conversa não é eletrônica e o ser humano não é aquela projeção
que sai da tela do celular?
O desequilíbrio tomou conta do mundo. Os
significados que estabeleciam relações de reconhecimento, de apreço, valor e
importância, não sei por onde foram.
Há um erro nesta
história. Se tudo era para ocorrer num ciclo contínuo, por qual motivo estamos
acabando conosco, com a nossa existência? Isso faz sentido para você?
De forma alguma...
Depois de tudo que falamos até aqui, sobre
as coexistências ao nosso redor... Pegar os mesmos meios de transporte lotados
todos os dias, cansado, obsoleto, defender algumas causas durante a semana, ser
feliz às sextas e sábados, resmungar aos domingos, fazer algumas coisas que
gosta e se sufocar com outras que detesta, olhar a injustiça, o descaso e
tentar se salvar na ideia de sucesso e legado é o sentido da sua vida? Ou, por
outro lado, ter tudo o que quiser, fama, dinheiro, poder e viajar o mundo
inteiro vivendo cada dia como se fosse o último, até que num dado momento
quando tudo acabar, não lembrará nem qual foi o primeiro dia da sua vida...
Qual é o sentido de tudo se não lembrar ao menos que um dia chegou a existir?
Nenhum. Fica um vazio enorme só de
imaginar...
Por que você trabalha?
Porque preciso de um sustento, um meio para sobreviver
Por que você se alimenta?
Para viver
Por que você respira?
É vital para que eu esteja aqui
Certo, então por que você vive?
...
?
Agora eu sei... Digo, agora comecei a
entender...
Falo aqui, com o mais terno e puro amor
que há em mim. Agradeço por tudo que já vivenciei e aprendi, por todas as
pessoas que conheci, e pelo constante observar da vida que me enche de
humildade para reconhecer quem eu sou e o que preciso fazer. Não vamos nos
perder em detalhes bobos, histórias mal contadas, fobias e delírios que criamos
sem perceber... Há muito mais do que isso! Do outro, ninguém
sabe. Assim como o universo, a terra, a natureza e os animais, somos infinitos.
Permita o significado da vida a si mesmo. Essas palavras não estão aqui para
serem bonitas, impressas, clichês, rentáveis, certinhas... Se você deixar, a
vida ensina, guia e ilumina... Aproveite enquanto há tempo para fazer o que é
realmente significativo... A observação sincera é o caminho... E no
final, a morte é a reflexão de que temos um propósito.
Abra os "olhos" e veja:
Ainda há vida!
E nela, há verdade!
Com
amor.
Maisa
Maciel
28.05.19
22h20