Maisa Maciel é formada em Letras - Português e Inglês, pós-graduada em Comunicação e Linguagens Visuais, e apaixonada por sua profissão como revisora textual. Estudante e aprendiz do mundo, vive perdida entre mistérios e sentimentos com a eterna sensação de ser engolida pelos máximos cotidianos, achando arte e poesia em tudo. Ama exageradamente, ri exageradamente, dança, canta e come exageradamente...
"E chega de escrever porque exagerei! rsrs."
"Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha." - Fernando Pessoa
Liberdade, razão, destemor, esperança, paz, mistério... Quantas palavras cabem no momento em que você olha o céu? O céu azul de nuvens cheias, desformes e redondas, O céu breu de pontos reluzentes que cintilam o infinito, O céu imaginário no instante em que a natureza vem e bebe do seu âmago, vem e engole em pausas suas linhas de pensamentos. Porque ontem me perdi e me encontrei quando vi o céu assim, porta do universo e de mim meu elo minhas respostas. Eu entendia a cada instante o que ele queria dizer ... Na essência das coisas existe tudo que precisamos.
Eu sempre fui um louco, maluco imaginário e ela a mãe dos meus filhos. As crianças brincando na sala e eu pareço um apartado sentado nessa cadeira velha... Olha lá, eles pensando em tudo menos em mim... Mas, eu gosto disso, digo, gosto de controlar tudo sem que percebam a minha presença. É que me sinto mais do que humano sabe... Nossa, mais do que humano? Que besteira! Besteira? Essa é a minha maneira... Livro na mão direita, no qual às vezes apoio o queixo, pernas cruzadas... Eu sempre, sempre fico com as pernas assim, e não tem relação alguma com aquela velha estória de que quando cruzamos as pernas é porque não estamos receptivos ao ambiente ou outrem, ou sei lá o quê... Me parece elegante, gentil e tranquilo, gosto que me vejam assim. Será que ele terá mais do meu jeito? Não sei não, a cada dia que passa está idêntico a personalidade da mãe, e cá entre nós, eu admiro isso. Esses dias estava todo empolgado contando que tinha um brinquedo novo, um que tanto queria e que era do amigo, mas que por uma oferta de outro que não lhe faria falta, trocou com o amiguinho...Tem cabimento? Essa criança vivendo suas primeiras sutis habilidades para o mundo dos negócios, da persuasão, e eu aqui, sentado estudando as almas, os pensamentos, a vida que não se vê passar e que só passa nos olhos de quem pára pra ver mesmo. Ahh, é isso! É exatamente isso que eu queria que ele sentisse, essa oportunidade presa aos detalhes por observar, simplesmente observar mais as coisas... Crianças rs. Mas essa, essa é a minha garotinha! Sabe como se perder no mundo da imaginação. É engraçado... Olha só ela brincando no seu mundinho imenso de si, tão pequeno no coração de menina e tão grande de lugares, possibilidades... E aquele em seu rosto é meu óculos velho. Linda! Ela sorri e partilha dessa armação que me rendeu visão para uma infinidade de coisas, que viu perplexa os meus fardos na vida e brilhou com cada conquista. Anjinho, anjinho, mal sabe que essa armação já esteve embaçada e com algumas lágrimas quando meus olhos esbanjaram a alegria de te ver nascer... E que de uma forma maravilhosa faz a vida nascer aos teus olhos agora... Crianças rs. Vai brinca! Vive criança! E ela faz muito mais do que isso... Bom, e assim a vida passa por todas as vidas de lembranças e detalhes. - Vamos jantar? (Risos) Essa mulher sabe... Sabe exatamente como eu gosto que as coisas fiquem dispostas à mesa.
E esse pote tão cheio de tinta? Menina Mulher Manhã... Toda manhã ela desenha e me faz resenha, me faz andar por entre as linhas no papel e saltar nos seus labirintos de sonhos, que como os meus, são segredados. E eu ando atrás de cada canto cada detalhe que goteja da sua alma e Pinga Pintando o Papel... Eu conheço cada traço e me prendo aos seus instintos porque você me inspira Sua arte, Seu jeito Você... Você que desfere o lápis e marca na folha o meu caminho rasga o meu destino, molda a minha vida e me devora. Sabe, eu gosto porque você me desenha sem saber.
A Poesia é a harmonização de todos os contrários, É velejar em mares turbulentos e depois da tempestade fazer ouvir a sua voz. É um ir e vir frequente na inspiração do que se almeja, É um jardim de reticências e exclamações. Maravilhosamente criadora, mãe, coração do mistério, a íris dos hóspedes... Ela não abole, ela não suprime, ela conduz, ela é luz! É um contato morno com asas palpitantes, É a dança, é a valsa, é o salto da bailarina. Divindade absorvente a que tudo percorre e coordena; É versejar para a dor e sorrir com lágrimas nos olhos, É postura de sonhador... É o tumulto no gesto que se estende de um ato distante, É o fruto, é a causa, é o gosto do teu gosto, É Cheiro de Livro Velho incorporando a vida.