O Elo ou Quando me perdi

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Elo


ou

                           Quando me perdi




Liberdade, razão, destemor, esperança, paz, mistério... Quantas palavras cabem no momento em que você olha o céu?

O céu azul de nuvens cheias, desformes e redondas,
O céu breu de pontos reluzentes que cintilam o infinito,
O céu imaginário no instante em que a natureza
vem e bebe do seu âmago,
vem e engole em pausas suas linhas de pensamentos.
Porque ontem me perdi e me encontrei quando vi o céu
assim, porta do universo e de mim
meu elo
minhas respostas.

Eu entendia a cada instante o que ele queria dizer

...

Na essência das coisas existe tudo que precisamos.
Maisa Maciel
01h06
23.12.14

Monólogos: O Pai

Monólogos: O Pai


Parte I




      Eu sempre fui um louco, maluco imaginário e ela a mãe dos meus filhos. As crianças brincando na sala e eu pareço um apartado sentado nessa cadeira velha... Olha lá, eles pensando em tudo menos em mim... Mas, eu gosto disso, digo, gosto de controlar tudo sem que percebam a minha presença. É que me sinto mais do que humano sabe... Nossa, mais do que humano? Que besteira! Besteira? Essa é a minha maneira... Livro na mão direita, no qual às vezes apoio o queixo, pernas cruzadas... Eu sempre, sempre fico com as pernas assim, e não tem relação alguma com aquela velha estória de que quando cruzamos as pernas é porque não estamos receptivos ao ambiente ou outrem, ou sei lá o quê... Me parece elegante, gentil e tranquilo, gosto que me vejam assim. Será que ele terá mais do meu jeito? Não sei não, a cada dia que passa está idêntico a personalidade da mãe, e cá entre nós, eu admiro isso. Esses dias estava todo empolgado contando que tinha um brinquedo novo, um que tanto queria e que era do amigo, mas que por uma oferta de outro que não lhe faria falta, trocou com o amiguinho...Tem cabimento? Essa criança vivendo suas primeiras sutis habilidades para o mundo dos negócios, da persuasão, e eu aqui, sentado estudando as almas, os pensamentos, a vida que não se vê passar e que só passa nos olhos de quem pára pra ver mesmo. Ahh, é isso! É exatamente isso que eu queria que ele sentisse, essa oportunidade presa aos detalhes por observar, simplesmente observar mais as coisas... Crianças rs. Mas essa, essa é a minha garotinha! Sabe como se perder no mundo da imaginação. É engraçado... Olha só ela brincando no seu mundinho imenso de si, tão pequeno no coração de menina e tão grande de lugares, possibilidades... E aquele em seu rosto é meu óculos velho. Linda! Ela sorri e partilha dessa armação que me rendeu visão para uma infinidade de coisas, que viu perplexa os meus fardos na vida e brilhou com cada conquista. Anjinho, anjinho, mal sabe que essa armação já esteve embaçada e com algumas lágrimas quando meus olhos esbanjaram a alegria de te ver nascer... E que de uma forma maravilhosa faz a vida nascer aos teus olhos agora... Crianças rs. Vai brinca! Vive criança! E ela faz muito mais do que isso... Bom, e assim a vida passa por todas as vidas de lembranças e detalhes.
- Vamos jantar?
(Risos) Essa mulher sabe... Sabe exatamente como eu gosto que as coisas fiquem dispostas à mesa.


Maisa Maciel
00h32
23.12.14
Trecho do 
meu Livro 
em andamento.

Nos traços dos teus desenhos ou Ela me inspira

Nos traços dos teus desenhos


ou

                     Ela me inspira



E esse pote tão cheio de tinta?

Menina
Mulher
Manhã...

Toda manhã ela desenha
e me faz resenha,
me faz andar
por entre as linhas no papel
e saltar nos seus labirintos de sonhos,
que como os meus,
são segredados.
E eu ando atrás
de cada canto
cada detalhe que goteja da sua alma
e

Pinga
Pintando o
Papel...

Eu conheço cada traço
e me prendo aos seus instintos
porque você me inspira

Sua arte,
Seu jeito
Você...

Você que desfere o lápis
e marca na folha o meu caminho
rasga o meu destino, molda a minha vida e me devora.

Sabe,
eu gosto porque você me desenha sem saber.
Maisa Maciel
00h01
23.12.14

Périplo Poético ou Cheiro de Livro Velho

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Périplo Poético


ou

                                  Cheiro de Livro Velho




A Poesia é a harmonização de todos os contrários,
É velejar em mares turbulentos e depois da tempestade fazer ouvir a sua voz.
É um ir e vir frequente na inspiração do que se almeja,
É um jardim de reticências e exclamações.

Maravilhosamente criadora, mãe, coração do mistério, a íris dos hóspedes...
Ela não abole, ela não suprime, ela conduz, ela é luz!
É um contato morno com asas palpitantes,
É a dança, é a valsa, é o salto da bailarina.

Divindade absorvente a que tudo percorre e coordena;
É versejar para a dor e sorrir com lágrimas nos olhos,
É postura de sonhador...

É o tumulto no gesto que se estende de um ato distante,
É o fruto, é a causa, é o gosto do teu gosto,
É Cheiro de Livro Velho incorporando a vida.


Maisa Maciel
23h40
22.12.14