Flávio Mello

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


LHE CHAMARAM DE SEMUSA

ou ó musa de todo santo dia

Esculpiu o corpo delgado em barro, com todos os traços, um a um... tão bem modelados, olhos pro horizonte, o dia confuso tentando raiar, é o que o santeiro faz por não ter na escrita a poesia do modelar em barro sua poesia, mas sabe o que lhe espera antes do forno, e antes das tintas, todas tão sublimes e suaves como a modelo, que ignora ser sua musa. E lá esta ela na pensão, serve, se serve de servente, toda tão feminina como a gazela que bebe do riacho límpido do tempo.


E é com o tempo que o santeiro duela feito espartano, o barro mole, molhado, cor de terra, ainda sem vida, nada representa da fêmea, mas na mente do adestrador de forma, sua imagem está santificada, toda ela, em uma gama surpreendente de tons, cores que rouba da natureza ao criar das plantas, sementes e flores as cores que o pincel grosso e sisudo se aflorarão.

[...]

(Não postarei tudo...quero que leiam as obras do autor... : http://www.escritorflaviomello.blogspot.com/)








2 comentários:

Allan Andreas disse...

Sei bem como esse texto NASCEU..pra falar a verdade vi ser escrito ...
valei apena ter chamado ele de sem musa...rsrrs

Maisa Maciel disse...

...unânime
A forma (escrita,além) teve sentido um tanto diferente e emocionante nos meus pensamentos...
pois é desencadeou mesmo.