Quatorze de março foi o dia nacional da poesia, o que de imediato (claro) me levou à Olavo Bilac, príncipe perfeito na essência e na forma. Porém, lendo alguns artigos decidi escrever sobre outro escritor...
Trecho baseado no artigo da revista
Conhecimento Prático| Literatura| Simbolismo|
Edição 45|Pág.54| por Dimas da Cruz Oliveira.
Breve encontro com o escritor
"Coelho Neto: A injustiça do esquecimento"
À espera de descobridores
Acostumados ao vocabulário cotidiano limitadíssimo tornamos assustador o encontro com o cenário linguístico de Coelho Neto. Aristocrata das letras, o mestre traça através das possibilidades estéticas tamanho amor pela multiplicidade dos conceitos, e um ótimo exemplo disso, é a presença da mitologia que fecunda toda arte produzida para deslumbrar qualquer leitor.
"...dormia,
um braço estirado no travesseiro,
os cabelos soltos em vagas de ouro
alastrando as rendas.
Seu corpo olímpico..."
(Parece um quadro do pintor
renascentista Ticiano,
ou seja, pura mitologia).
Filho de um português e uma índia, soube herdar a imaginação de cada estirpe dispondo-as em questões importantes, como conflitos de ordem moral repletos de reminiscências e inconformismo diante a passividade e indiferença à escravidão.
Um poema que revela sua personalidade? Eis um exemplo:
"Não pretendo vestir faustosamente os períodos,
mesmo porque a obra moderna
quer-se sóbria e nobre;
nada de europeis,
nada de lambrequins..."
Coelho N. perdido nesses tempos tão prosaicos à espera de descobridores!
Maisa Maciel
20h26min
0 comentários:
Postar um comentário